Acordo Mercosul-UE: Ursula von der Leyen está otimista sobre assinatura em janeiro
Presidente da Comissão Europeia acredita que suporte político pode ser alcançado, apesar da resistência de agricultores

Foto: European Parliament
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que está empenhada em garantir a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul para janeiro. A afirmação surge após o adiamento da decisão, que ocorreu devido a protestos de agricultores em diversos países da UE.
O tratado, que vem sendo negociado há mais de 20 anos, enfrenta forte oposição interna, especialmente na França e na Itália. No entanto, a liderança da União Europeia acredita que há possibilidade de avançar na busca de apoio político necessário.
Segundo von der Leyen, a meta é conseguir a maioria qualificada para a aprovação do acordo, que requer o voto a favor de pelo menos 15 países, que juntos representem 65% da população da União Europeia. Para impedir a ratificação, seria necessário que países somassem ao menos 35% da população do bloco.
A presidente expressou otimismo em formar essa maioria nos próximos meses, mesmo com as pressões contrárias. A decisão que estava agendada para esta semana foi adiada em decorrência das manifestações de agricultores que temem pela competitividade do setor agrícola europeu.
Na França, o presidente Emmanuel Macron afirmou que ainda é muito cedo para garantir que o país apoiará o acordo em janeiro. Ele ressaltou que a oposição envolve tanto agricultores quanto grupos políticos que pedem alterações no texto negociado, e que a França busca avanços concretos antes de se posicionar.
Produtores europeus estão preocupados com a possibilidade de produtos agrícolas do Mercosul, como carne, arroz, mel e soja, entrarem com força no mercado europeu, o que poderia impactar a renda e a produção local.
Se aprovado, o acordo criará a maior área de livre comércio do mundo, ampliando as exportações europeias de veículos e máquinas para os países do Mercosul, que incluem Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Comissão Europeia continua a defender o acordo como uma estratégia crucial, com a expectativa de que as negociações políticas avancem nas próximas semanas, visando uma nova tentativa de decisão em janeiro.