segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Bolsa de Valores atinge novo recorde com dados de emprego dos EUA; dólar despenca

Investidores reagem a informações do mercado de trabalho e apostam em cortes de juros nos EUA

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Bolsa de Valores atinge novo recorde com dados de emprego dos EUA; dólar despenca
Foto: Divulgação

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SÃO PAULO, SP - A Bolsa de Valores brasileira alcançou um novo recorde de fechamento nesta quarta-feira (3), marcando o segundo dia consecutivo de altas, impulsionada por dados decepcionantes sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Os investidores intensificam as expectativas de um corte na taxa básica de juros do país na próxima semana.

O índice Ibovespa, que serve como referência para o mercado acionário nacional, encerrou o dia em alta de 0,41%, alcançando 161.755 pontos. Durante o pregão, o índice registrou uma nova máxima, atingindo 161.963 pontos.

Com as projeções de cortes na taxa de juros dos EUA, o dólar apresentou uma queda de 0,29%, fechando a R$ 5,314. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a seis outras divisas, também caiu 0,50%.

Na véspera, a Bolsa já havia estabelecido recordes tanto intradiários quanto de fechamento, superando a marca de 161 mil pontos pela primeira vez. O maior apetite por risco dos investidores contribuiu para a desvalorização do dólar, que caiu 0,53%, para R$ 5,329. Desde o início do ano, a moeda americana já registra uma queda acumulada de 13,76%, enquanto o índice da Bolsa apresenta uma alta de 33,63%.

O desempenho do pregão desta quarta-feira reflete a atenção dos investidores às condições econômicas dos EUA, especialmente após a divulgação de dados do setor privado de emprego, realizados pela ADP. O relatório publicado revelou que o setor fechou 32 mil vagas em novembro, contrariando a previsão de analistas que esperavam a criação de 10 mil novos postos.

João Soares, sócio-fundador da Rio Negro Investimentos, expressou surpresa com os dados negativos. "Esse resultado indica um enfraquecimento maior do que o esperado na economia americana, o que pode influenciar a decisão do Fed na reunião programada para a próxima quarta-feira (10)."

A paralisação do governo federal dos EUA, que se encerrou no início do mês, deixou algumas informações importantes sobre o mercado de trabalho em atraso. O relatório "payroll", uma das métricas preferidas do Federal Reserve, só será atualizado em 16 de dezembro.

Enquanto isso, a ferramenta FedWatch, do CME Group, indica uma probabilidade de 88,8% de que o banco central americano reduza sua taxa de juros para uma faixa entre 3,50% e 3,75% em dezembro, que atualmente está entre 3,75% e 4,00%.

A redução das taxas de juros nos EUA tende a ser benéfica para os mercados globais, uma vez que quando os juros caem, os investidores buscam diversificar seus portfólios, aumentando os investimentos em outros mercados, como o Brasil.

No cenário interno, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre tarifas impostas pelos Estados Unidos também repercutem entre os investidores. Lula afirmou que espera boas notícias sobre a revogação de tarifas americanas após sua conversa com Donald Trump.

"Estamos próximos de ouvir uma notícia boa em relação às tarifas que impactam o Brasil", disse Lula, mencionando que o governo americano já havia suspenso parte das tarifas anteriormente.