O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, em sua 266ª reunião, elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, passando para 11,25% ao ano. Essa decisão foi unânime e reflete a necessidade de uma política monetária mais rigorosa, dada a resiliência da economia e a pressão inflacionária.

O contexto internacional permanece complicado, especialmente devido à incerteza econômica nos Estados Unidos, o que gera dúvidas sobre a desaceleração e a desinflação. Os bancos centrais das principais economias estão focados em trazer suas taxas de inflação para dentro das metas, enfrentando pressões nos mercados de trabalho. O Copom ressalta que a falta de sincronia nas políticas monetárias globais exige cautela dos países emergentes.

Internamente, os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho continuam a mostrar sinais de dinamismo, com a inflação recente superando as metas estabelecidas. Para 2024 e 2025, as expectativas de inflação são de 4,6% e 4,0%, respectivamente, enquanto a projeção para o segundo trimestre de 2026 é de 3,6%.

O Comitê identificou riscos altistas para a inflação, como a possibilidade de expectativas desancoradas e uma maior resiliência na inflação de serviços. Por outro lado, há também riscos que podem conter a inflação, como uma desaceleração mais acentuada da economia global.

A decisão do Copom também reflete a preocupação com a política fiscal e suas implicações sobre a política monetária. A credibilidade fiscal é vista como crucial para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco, o que é essencial para a estabilidade econômica.

Os membros do Comitê que votaram a favor da elevação da taxa incluem o presidente Roberto de Oliveira Campos Neto e outros diretores, como Ailton de Aquino Santos e Carolina de Assis Barros.