O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15,00% ao ano, reafirmando a necessidade de cautela diante da incerteza do ambiente econômico global, especialmente devido à situação nos Estados Unidos.
No cenário interno, os indicadores econômicos continuam mostrando uma desaceleração moderada no crescimento, conforme os últimos dados do PIB, enquanto o mercado de trabalho se mantém resiliente. Recentemente, a inflação total e suas medidas subjacentes apresentaram um arrefecimento, embora ainda estejam acima da meta estipulada.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026, segundo a pesquisa Focus, permanecem acima da meta, com 4,4% e 4,2%, respectivamente. A previsão do Copom para a inflação no segundo trimestre de 2027 é de 3,2% no cenário de referência.
O Copom identificou riscos elevados tanto para a inflação de alta quanto de baixa. Entre os riscos de alta, destacam-se a desancoragem das expectativas inflacionárias e a possibilidade de um aumento mais significativo nos preços devido a políticas econômicas internas e externas. Por outro lado, os riscos de baixa incluem uma desaceleração econômica mais acentuada e a queda nos preços das commodities.
O Comitê estará atento aos impactos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e às implicações da política fiscal local na política monetária e nos ativos financeiros. O cenário de incerteza exige uma política monetária restritiva por um período prolongado para garantir a convergência da inflação à meta.
Os membros do Copom que votaram pela manutenção da taxa são: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.