SÃO PAULO, SP - O dólar encerrou o dia em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,437, nesta terça-feira (9), enquanto o mercado acompanha as repercussões da candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. Na segunda-feira, o senador declarou à Folha de S.Paulo que a sua candidatura é 'irreversível'.

Flávio Bolsonaro afirmou: 'Minha candidatura não está à venda. A condição para isso é o presidente Bolsonaro livre e nas urnas. A única possibilidade de o Flávio Bolsonaro não ser candidato é o candidato ser o Jair Messias Bolsonaro. Não tenho preço'.

A confirmação da candidatura, anunciada na última sexta-feira, gerou volatilidade nos ativos brasileiros, resultando em uma retirada de aproximadamente R$ 1,7 bilhão da B3 por investidores estrangeiros. O mercado interpreta que, com o apoio de Bolsonaro ao filho, a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado o favorito por investidores, perde força, o que poderia favorecer uma reeleição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, comenta que uma eventual reeleição de Lula poderia levar a um cenário de maior expansão fiscal, aumentando a pressão sobre a inflação e mantendo os juros elevados.

Durante o dia, a moeda chegou a ser cotada a R$ 5,495, mas teve um leve recuo à tarde, quando discussões sobre a votação do PL da Dosimetria em Brasília ganharam destaque. O presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou que o projeto será votado, o que pode resultar na redução da pena de Bolsonaro.

Na Bolsa, após oscilações, o índice fechou em queda de 0,13%, a 157.981 pontos. O mercado acredita que a aprovação do projeto pode levar Flávio a desistir de sua candidatura, reabrindo espaço para Tarcísio.

No cenário internacional, dados sobre o emprego nos Estados Unidos mostraram um aumento de 12 mil vagas em aberto, totalizando 7,67 milhões em outubro. As contratações, no entanto, caíram para 5,149 milhões. Esses números, embora defasados, não devem influenciar a decisão do Fed, que se reunirá nesta quarta-feira.

A expectativa é que o Fed possa reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, enquanto no Brasil, a Selic deve se manter em 15% até o final do ano.