segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Dólar tem alta de 2,33% e Bolsa despenca 4% após apoio de Bolsonaro a Flávio para 2026

Mercados reagem à escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro, que confirma Flávio como candidato presidencial.

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Dólar tem alta de 2,33% e Bolsa despenca 4% após apoio de Bolsonaro a Flávio para 2026
Foto: Divulgação

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Na última sexta-feira (5), o dólar apresentou uma significativa alta de 2,33%, fechando a R$ 5,434. A forte valorização da moeda americana ocorreu após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarar apoio ao filho Flávio Bolsonaro, senador do Rio de Janeiro, como seu candidato nas eleições presidenciais de 2026. A confirmação foi feita pelo próprio senador em suas redes sociais.

Segundo Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos, a decisão de Bolsonaro foi interpretada pelo mercado como um enfraquecimento da candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que era visto como o principal concorrente a Lula (PT). Teles explica que a falta de apoio de Bolsonaro pode dividir os votos da direita, aumentando as chances de reeleição do atual presidente.

Durante o dia, a moeda americana atingiu um pico de R$ 5,485, um aumento de 3,30%, o maior valor desde 16 de outubro. Ao longo da semana, o dólar teve uma alta acumulada de 1,86%.

Em contrapartida, a Bolsa de Valores sofreu uma queda de 4,30%, fechando a 157.369 pontos, revertendo ganhos recentes. O índice iniciou o dia em 164.460 pontos, mas começou a cair após a divulgação da notícia sobre a candidatura de Flávio. A mínima do dia foi de 157.006 pontos.

A analista Paula Zogbi, da Nomad, atribui a disparada do dólar à recente valorização do real e da Bolsa, que tornaram o mercado mais sensível a notícias políticas. Ela também destaca que a distribuição de dividendos em dezembro contribui para a pressão sobre a moeda, com a expectativa de saída de dólares para o exterior.

Embora a escolha de Flávio tenha sido o principal fator do pregão, o analista João Daronco, da Suno Research, alerta que as questões tributárias podem influenciar o mercado nas próximas semanas. Em contrapartida, o fluxo de capital estrangeiro tem ajudado a Bolsa, com a participação de investidores estrangeiros atingindo 58,9% em novembro.

O movimento de migração de capital dos Estados Unidos para mercados emergentes, como o brasileiro, também é um fator a ser observado, segundo Rodrigo Marcatti, da Veedha Investimentos.

Os investidores também estão atentos a indicadores econômicos dos EUA, como o PCE, que mostrou um leve crescimento nos gastos do consumidor, e a análise do mercado de trabalho, que apresenta dados mistos.