segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Futuro do Acordo UE-Mercosul em Jogo em Reuniões Cruciais em Bruxelas

Protestos e divisões políticas marcam as discussões sobre o tratado que visa criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo.

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Futuro do Acordo UE-Mercosul em Jogo em Reuniões Cruciais em Bruxelas
Foto: Divulgação

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BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - O futuro do acordo entre a União Europeia e o Mercosul será discutido em duas reuniões que ocorrem em Bruxelas nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19). Essa negociação, que se arrasta desde 1999, poderá ser impactada por protestos de cerca de 10 mil ruralistas nas ruas da cidade.

Uma coalizão liderada pela França, com apoio recente da Itália, busca adiar a aprovação do tratado, enquanto Alemanha, Espanha e países nórdicos defendem sua aprovação imediata, alertando sobre possíveis consequências da procrastinação.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, se o acordo não for assinado até sábado (20), durante seu mandato, a chance de conclusão será perdida.

As reuniões incluem o Conselho Europeu, que reúne líderes dos Estados e discute a política da UE, e o Conselho da União Europeia, onde ministros deliberam sobre legislações e tratados. O acordo está na pauta do Conselho da UE para sexta-feira, mas sua discussão pode ocorrer já hoje, dada a urgência do tema.

A intransigência de Emmanuel Macron e a adesão de Giorgia Meloni à oposição ao acordo devem ser pontos de debate entre os defensores do tratado, liderados pela Alemanha.

Além do acordo, um tema crucial em Bruxelas é o empréstimo de reparação à Ucrânia, que envolve a utilização de ativos russos congelados na Europa como garantia. Essa questão também tem potencial de influenciar o debate sobre o Mercosul.

Para a aprovação no Conselho da UE, são necessários votos de 14 dos 27 países-membros, representando ao menos 65% da população do bloco. A França, com apoio da Itália, busca formar uma minoria de bloqueio, enquanto a Dinamarca, presidindo a UE, pode adiar o assunto se solicitado.

A aprovação do acordo seria um marco político, já que nunca um tratado dessa magnitude foi aprovado sem o consentimento de um Estado fundador da UE. O tempo é curto, pois Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, precisa embarcar para o Brasil na noite de sexta-feira para a cerimônia de assinatura.