segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Parlamento Europeu aprova acordo UE-Mercosul com regras mais rigorosas

Mudanças nas salvaguardas buscam atender preocupações da França sobre a importação de produtos agrícolas

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Parlamento Europeu aprova acordo UE-Mercosul com regras mais rigorosas
Foto: Divulgação

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O acordo entre a União Europeia e o Mercosul recebeu um novo desafio nesta terça-feira (16) em Estrasburgo, com o Parlamento Europeu aprovando salvaguardas adicionais para atender às exigências da França, que se posiciona como a principal opositora do tratado.

A nova regra estabelece que a Comissão Europeia iniciará investigações caso os preços de mercadorias sensíveis, como carne bovina e de aves, apresentem flutuações superiores a 5%, em comparação aos 10% propostos anteriormente. Essa alteração agora precisa ser discutida com o Conselho da UE.

Os europeus estão particularmente preocupados com a possível sobrecarga do mercado com produtos sul-americanos, caso haja problemas na produção agrícola na Europa. O próximo passo será levar o acordo ao Conselho da UE na quinta-feira (18), onde os 27 países-membros terão voz e voto.

A França, com o apoio da Itália, pode formar uma minoria de bloqueio, dificultando a aprovação final do tratado, especialmente em um momento de protestos no setor agrícola francês. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi pressionada em Berlim a apoiar a conclusão do acordo durante um jantar em apoio à Ucrânia.

Maros Sefcovic, comissário de Comércio da UE, alertou que um novo fracasso na aprovação do acordo poderia prejudicar a posição da Europa no cenário global, já afetada por tarifas e pela competição tecnológica. O governo brasileiro, por sua vez, aguarda a visita de Ursula von der Leyen no sábado (20) para a cerimônia de assinatura do acordo, que promete criar um dos maiores mercados de livre comércio do mundo.

A França, que já havia solicitado um adiamento para discutir mais sobre as medidas de proteção à sua agricultura, pode contar com o apoio de Polônia e Hungria, aumentando a pressão sobre o avanço do tratado. Se países como Áustria e Irlanda se alinharessem à resistência francesa, poderia haver um adiamento do acordo na votação do Conselho da UE.