segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Economia

Setor produtivo critica decisão do BC e pede redução imediata da Selic

Entidades empresariais alertam para os impactos negativos da taxa de juros elevada sobre a economia.

Economia2 min de leitura
Setor produtivo critica decisão do BC e pede redução imediata da Selic
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

A manutenção da Taxa Selic em 15% ao ano gerou descontentamento entre representantes do setor produtivo. Apesar de a decisão ser esperada pelo mercado, associações e sindicatos afirmam que a postura do Banco Central (BC) representa um obstáculo ao crescimento econômico, especialmente em um momento em que a inflação apresenta sinais de queda e a economia enfrenta uma desaceleração.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou o BC por ignorar "evidências robustas" que indicam que a economia já estaria apta para iniciar um ciclo de redução da Selic. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que a manutenção da taxa é "excessiva e prejudicial", exacerbando a perda de ritmo da atividade econômica, encarecendo o crédito e desestimulando investimentos. Para Alban, é possível realizar um ajuste gradual sem afetar a meta de inflação.

O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, apontou que a política do BC está desconectada da realidade nacional e internacional. Ele lembrou que outros países, como os Estados Unidos, já iniciaram cortes nas taxas de juros, enquanto o Brasil mantém uma das maiores taxas reais do mundo. A atual estratégia, segundo Queiroz, "prejudica investimentos, consumo e agrava entraves estruturais".

Por outro lado, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) adotou um tom mais cauteloso, afirmando que a manutenção da taxa era previsível e reflete um cenário econômico delicado. O economista Ulisses Ruiz de Gamboa destacou que as expectativas de inflação continuam acima da meta e que o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) será crucial para entender os próximos passos do BC.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se manifestou, considerando a decisão um "descaso com as necessidades da população e do setor produtivo". Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), criticou a Selic elevada, que, segundo ela, desvia recursos do investimento produtivo para o "rentismo". Economistas ligados à CUT defendem que a inflação está sob controle e que a política monetária rigorosa já está causando queda no consumo e desaceleração do PIB.

A Força Sindical foi ainda mais incisiva, rotulando a decisão como uma "vergonha nacional". O presidente da entidade, Miguel Torres, afirmou que o Copom favorece especuladores e estrangula a economia ao persistir com juros elevados. Ele argumentou que essa política prejudica campanhas salariais e limita o consumo, criando barreiras ao desenvolvimento econômico. "Estamos vivendo a era dos juros extorsivos", declarou Torres.

A Taxa Selic, que serve como referência para as demais taxas de juros e é utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, continua a ser um tema central nas discussões sobre a saúde econômica do Brasil.