A Ford anunciou que a produção da picape elétrica F-150 Lightning será encerrada este ano, uma decisão influenciada pela baixa demanda.

A montadora, que foi pioneira ao lançar uma picape totalmente elétrica, agora se reorienta para motores a combustão e híbridos. A empresa não detalhou os motivos do fim da produção, mas mencionou que um modelo de segunda geração está em desenvolvimento, com um trem de força de veículo elétrico de longo alcance (EREV).

Essa nova versão da F-150 Lightning promete operar com eletricidade pura, utilizando motores elétricos para desempenho silencioso e potente, além de um gerador de alta potência que deve oferecer uma autonomia superior a 1.100 km.

Esse número é mais do que o dobro da autonomia da F-150 Lightning atual, que enfrentou dificuldades desde seu lançamento. A demanda por picapes geralmente se concentra em veículos que podem transportar cargas pesadas por longas distâncias, e o peso adicional das baterias compromete a autonomia, algo que os consumidores norte-americanos não estão dispostos a aceitar.

Além disso, o custo elevado da F-150 Lightning, devido às grandes baterias necessárias, tornou-a menos atrativa. Andrew Frick, presidente da Ford Blue, afirmou que a empresa está redirecionando investimentos para áreas que oferecem maior retorno, ao invés de continuar investindo bilhões em grandes veículos elétricos sem um caminho claro para a lucratividade.

A revogação do crédito fiscal de $7.500 para novos veículos elétricos durante a administração Trump também contribuiu para o fraco desempenho da F-150 Lightning, levando à sua descontinuação.

A Ford espera perder cerca de $5 bilhões em sua divisão de veículos elétricos este ano, o mesmo valor registrado em 2024. A empresa não é a única a enfrentar dificuldades; a Porsche também anunciou a reconfiguração de seus próximos modelos Boxster e Cayman, que agora contarão com motores a combustão em vez de serem totalmente elétricos.

A saída da Ford do mercado de picapes elétricas pode beneficiar empresas que se especializam nesse segmento, como Rivian e Tesla, que provavelmente se sentirão aliviadas com a redução da concorrência.