segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Economia

Câmara Federal Apoia Fim de Supersalários, Mas Rejeita Reformas Fiscais

Levantamento indica que parlamentares veem chances reais de aprovação apenas na proposta de controle de vencimentos acima do teto.

Economia2 min de leitura
Câmara Federal Apoia Fim de Supersalários, Mas Rejeita Reformas Fiscais
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

Uma pesquisa realizada pelo Movimento Orçamento Bem Gasto com 184 deputados federais revelou que a proposta de controle de supersalários é a única medida orçamentária que conta com amplo apoio entre os parlamentares e, segundo a maioria, tem chances reais de ser aprovada até 2027.

Por outro lado, propostas liberais, como o fim dos pisos mínimos de gastos em saúde e educação, a desvinculação de benefícios previdenciários e uma nova reforma da Previdência, são amplamente rejeitadas. Os deputados não acreditam que essas medidas possam ser aprovadas nos próximos dois anos.

A pesquisa, encomendada por economistas e especialistas em finanças públicas, teve como objetivo avaliar a percepção dos deputados sobre o orçamento e a aceitação de oito medidas fiscais. Realizada em setembro, a pesquisa abrangeu um número representativo de bancadas na Câmara dos Deputados, que conta com 513 membros.

Entre as propostas, a redução das emendas parlamentares, que totalizam mais de R$ 50 bilhões anualmente, foi a mais rejeitada. Apenas 29% acreditam que o corte melhoraria a sustentabilidade fiscal, enquanto 47% discordam. A chance de aprovação dessa medida até 2027 é vista como prevista por apenas 24% dos entrevistados.

Outras propostas, como a desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo, também tiveram baixa aceitação, com 39% dos deputados se opondo e apenas 23% apoiando. A maioria, 65%, não acredita na aprovação dessa medida até 2027.

A proposta de reforma do regime previdenciário dos militares tem apoio de 48%, mas a maioria também considera improvável sua aprovação nos próximos anos. A única proposta que gera otimismo é o controle dos supersalários, com 69% dos deputados a favor e 52% acreditando na possibilidade de aprovação até 2027.

A reforma administrativa que aborda essa questão foi protocolada recentemente na Câmara, mas enfrenta resistência de grupos que representam servidores públicos. Apesar do apoio à necessidade de novas regras para equilibrar as contas, muitos deputados criticaram a elaboração do Orçamento, considerando-a pouco democrática e de difícil compreensão para o cidadão.