Correios Planejam Transferência de Imóveis para Emgea para Aumentar Recursos
Medida visa acelerar vendas e fortalecer a saúde financeira da estatal.

Os Correios estão avaliando a possibilidade de transferir parte de seus imóveis para a Emgea (Empresa Gestora de Ativos), uma estatal federal, com o intuito de acelerar a venda desses bens e garantir uma injeção de recursos imediata em seu caixa.
A informação foi confirmada por fontes que participam das discussões e faz parte de um plano de reestruturação crucial para a contratação de R$ 20 bilhões em empréstimos, que visam proporcionar maior fôlego financeiro para a empresa nos próximos anos.
As reuniões entre os executivos dos Correios e da Emgea começaram em 30 de outubro, mas os detalhes da operação ainda não foram finalizados. A Emgea, criada em 2001 para gerenciar ativos com alta inadimplência, possui como principal ativo os créditos bilionários do FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais), que são pagos anualmente pelo Tesouro Nacional.
No ano passado, a Emgea recebeu R$ 5,1 bilhões em créditos do FCVS, e apenas no primeiro semestre deste ano, os recebimentos totalizaram R$ 1,6 bilhão. Esses recursos têm ajudado a melhorar a situação financeira da empresa, que encerrou junho com um colchão de R$ 2,6 bilhões, quantia que pode ser utilizada para apoiar os Correios.
Os Correios devem repassar um conjunto de imóveis para a Emgea, que fará um pagamento antecipado de 20% a 30% do valor de avaliação desses bens. A Emgea terá um prazo para estruturar a venda das propriedades, que poderá ser feita diretamente ou via fundo imobiliário. Caso a venda ocorra por um valor superior ao esperado, a Emgea receberá uma comissão pela performance da venda.
A expectativa é que essa estratégia possibilite a venda de imóveis avaliados entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões. Contudo, ainda não há uma estimativa exata do montante que os Correios poderão arrecadar a curto prazo, visto que a seleção dos imóveis ainda está em andamento.
Os Correios informaram que o plano de reestruturação inclui um programa de desinvestimento de ativos não utilizados, sem mencionar especificamente a Emgea. Além disso, a estatal está avaliando a possibilidade de criar um fundo imobiliário com a ajuda da Caixa Econômica Federal, embora essa proposta não tenha avançado nas últimas semanas.
A companhia busca finalizar os detalhes do plano de reestruturação nas próximas duas semanas, mesmo prazo estipulado para a nova rodada de negociações com bancos, que visam reduzir custos e atrair mais instituições financeiras para o empréstimo de R$ 20 bilhões.