Dólar cai enquanto Bolsa avança; Galípolo destaca inflação em audiência
Dados dos EUA e falas do presidente do Banco Central influenciam o mercado

SÃO PAULO, SP - O dólar encerrou o dia em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,376, nesta terça-feira (25). O movimento foi impulsionado por dados econômicos dos Estados Unidos e declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Durante o dia, os investidores também acompanharam a votação de uma proposta sobre a aposentadoria de agentes de saúde no Senado, além das expectativas de um possível corte nas taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve) em dezembro.
A Bolsa de Valores, por sua vez, subiu 0,40%, alcançando 155.910 pontos, alinhando-se com os principais índices de Wall Street. Apesar de uma leve inversão nas tendências após falas de Galípolo, o mercado recuperou seu ritmo inicial ao final do dia.
Na manhã, Galípolo enfatizou que o Banco Central busca cumprir a meta de inflação de 3%, não a banda superior de 4,5%. Ele lamentou que, conforme as projeções do boletim Focus, a meta de 3% não será alcançada ao longo de seu mandato.
Segundo Ian Lopes, especialista da Valor Investimentos, as declarações de Galípolo refletem a fragilidade da perseguição à meta de inflação, impactando negativamente o mercado. O presidente do BC já havia destacado, em um evento da Febraban, sua insatisfação com o nível atual da inflação, ressaltando que a preocupação principal deve ser a inflação, não a política fiscal.
Na agenda política, a votação do projeto de lei sobre a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde, que pode ter um impacto financeiro significativo, está prevista para ocorrer após o fechamento do mercado.
No cenário internacional, os dados econômicos dos EUA mostraram um aumento de 0,3% no índice de preços ao produtor em setembro, conforme esperado. No entanto, as vendas no varejo cresceram apenas 0,2%, abaixo das previsões de 0,4%, indicando um respiro moderado na economia americana.
Esses dados são cruciais para as expectativas sobre a política monetária do Fed, que tem uma probabilidade de 82,7% de reduzir os juros na próxima reunião, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.