Haddad reafirma compromisso do governo com ajuste fiscal
Ministro da Fazenda critica incertezas sobre cumprimento das metas fiscais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou nesta terça-feira (4), em São Paulo, que o governo Lula está firme em seu objetivo de equilibrar as contas públicas, respondendo às críticas de que não conseguirá cumprir as metas fiscais estabelecidas. Segundo Haddad, tais críticas são infundadas e classificou-as como "um delírio".
"Vamos entregar o melhor resultado fiscal do país em quatro anos, mesmo com a necessidade de quitar dívidas deixadas pela administração anterior. A impressão de que enfrentamos uma crise fiscal é uma visão distorcida. Afirmam que vou alterar a meta do superávit primário desde 2023, mas isso não ocorreu. Estou cumprindo meus objetivos", destacou.
Durante sua participação no evento COP30 Business & Finance Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, o ministro garantiu que, apesar das adversidades, o governo não recuará de suas metas. "As pessoas precisam entender que não vamos desistir de colocar as contas em ordem, que estão desorganizadas desde 2015", afirmou.
Haddad ressaltou que o Brasil está criando um ambiente propício para negócios, citando a reforma tributária como um fator atrativo para investimentos estrangeiros. "Nunca tivemos tantos leilões na B3, em termos de rodovias e infraestrutura, como nos últimos três anos. O Ministério dos Transportes deve duplicar a média de ofertas de negócios em comparação aos quatro anos anteriores", lembrou.
O ministro também mencionou a importância de uma nova etapa da reforma da renda, destacando que a desigualdade no país é um obstáculo ao crescimento econômico. "Estamos corrigindo isso", disse.
Haddad defendeu a necessidade de reduzir a taxa Selic, atualmente em 15%, argumentando que esse nível é insustentável e que uma queda deve ocorrer em breve. "Não é possível manter 10% de juros reais com uma inflação de 4,5%", analisou.
Por fim, sobre a possível extensão da Lei de Responsabilidade Fiscal pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele comentou que isso representaria uma revolução, caso o Congresso não possa criar despesas sem indicar a fonte de receita.