segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Inauguração da primeira loja física da Shein em Paris gera filas e protestos

A abertura da butique da gigante do e-commerce coincide com controvérsias sobre seus produtos.

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Inauguração da primeira loja física da Shein em Paris gera filas e protestos
Foto: Divulgação

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PARIS, FRANÇA - A Shein, conhecida gigante chinesa do comércio eletrônico, inaugurou nesta quarta-feira (5) sua primeira loja física em Paris, atraindo longas filas e protestos tanto dentro quanto fora do estabelecimento. O espaço de 1.200 m² localizado no sexto andar da tradicional loja de departamentos BHV Marais, que data de 1856, gerou polêmica ao ser considerado por críticos um símbolo do comércio online predatório.

A controvérsia se intensificou após a Shein ser acusada de vender 'bonecas pedófilas' em seu site, o que provocou reações imediatas. Durante a abertura, manifestantes se reuniram, alguns conseguiram entrar na loja com cartazes protestando contra a marca, mas foram rapidamente removidos pelos seguranças.

O proprietário da BHV, Frédéric Merlin, 34, que adquiriu a loja em dificuldades financeiras em 2023, defendeu a parceria, afirmando que a prioridade são os clientes locais, embora a abertura represente uma nova estratégia de atração de consumidores. "BHV é a grande loja dos parisienses, que são 85% dos nossos clientes", afirmou Merlin.

Entretanto, a recepção dos clientes foi mista. Enquanto alguns, como a francesa Virginie, expressaram descontentamento com os preços, afirmando que não valia a pena pagar 32 euros por um suéter, outros, como o casal Steven e Christine, aproveitaram promoções de inauguração, gastando em torno de 1.000 euros em compras.

As críticas à Shein não se limitam aos preços. A empresa, assim como outras plataformas chinesas, é acusada de inundar o mercado francês com produtos antiecológicos, fabricados em condições trabalhistas problemáticas. Uma pesquisa revelou que 25 milhões de franceses já realizaram compras em sites como o da Shein.

Marcas locais também se manifestaram, anunciando o fechamento de suas lojas dentro da BHV em protesto contra a chegada da marca. A polêmica ganhou nova dimensão com a divulgação da venda das bonecas sexuais, após o que a Shein retirou o item do catálogo e se comprometeu a colaborar com as investigações em curso. O governo francês anunciou a abertura de um 'procedimento de suspensão' da loja, exigindo que a empresa comprove que seus produtos atendem às normas europeias.

Além da loja em Paris, a Shein planeja abrir filiais em outras cinco cidades francesas, todas dentro de lojas Galeries Lafayette, que também pertencem ao grupo de Frédéric Merlin.