Mauro Vieira se reúne com secretário de Estado dos EUA e apresenta proposta de negociação
Ministro das Relações Exteriores busca diálogo sobre tarifas aplicadas ao Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve um encontro nesta quarta-feira (12) com Marco Rubio, o secretário de Estado dos Estados Unidos, onde anunciou que o governo Lula (PT) enviou uma proposta de negociação ao governo americano no início de novembro.
Rubio, designado pelo ex-presidente Donald Trump como principal negociador das tarifas elevadas contra o Brasil, que impactaram diversos produtos com sobretaxas de até 50%, conversou com Vieira à margem de uma reunião do G7 em Niagara-on-the-Lake, no Canadá. Durante o encontro, Vieira destacou que a proposta foi encaminhada no dia 4 de novembro.
Os dois diplomatas também concordaram em marcar uma nova reunião, que deve ocorrer em Washington nesta quinta-feira (13). A interação entre Lula e Trump, que ocorreu em outubro durante uma cúpula na Malásia, também foi mencionada, já que o ex-presidente americano indicou que as tarifas poderiam ser negociadas rapidamente.
O governo brasileiro busca a suspensão das sobretaxas enquanto as negociações estão em andamento. Desde a designação de Rubio, Vieira já se reuniu três vezes com ele, destacando o início promissor desse processo de diálogo.
Nas últimas semanas, negociadores brasileiros mantiveram conversas informais com representantes comerciais dos EUA, onde foram levantadas prioridades como o acesso ao mercado de etanol no Brasil e questões de regulação de grandes plataformas digitais. Os Estados Unidos se queixam da sobretaxa de 18% sobre o etanol americano, enquanto a barreira para produtos brasileiros é de 2,5%. Ao mesmo tempo, o Brasil argumenta que as discussões sobre etanol não devem ser vinculadas à liberalização do mercado de açúcar dos EUA.
Recentemente, Trump anunciou a redução de algumas tarifas sobre o café, um dos principais produtos de exportação do Brasil, em uma tentativa de conter a alta dos preços nos EUA. O Tesouro americano confirmou que essa redução também incluirá outros produtos, como bananas, embora não tenha especificado quais países serão beneficiados.