Mercado Financeiro Revisa Previsão da Inflação para 4,46%, Abaixo do Teto da Meta
Inflação oficial registra queda com a redução dos custos de energia elétrica.

Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, que atingiu a menor taxa para o mês em quase 30 anos, o mercado financeiro revisou sua previsão de inflação para este ano, passando de 4,55% para 4,46%. Essa nova expectativa se encontra dentro do intervalo da meta estipulada pelo Banco Central (BC).
A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, estabelecendo um limite inferior de 1,5% e superior de 4,5%.
A revisão foi divulgada no boletim Focus, publicado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, que apresenta as expectativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. Para 2026, a projeção de inflação se mantém em 4,2%, enquanto para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
A queda na tarifa de energia elétrica foi um fator importante para a redução da inflação, com o IPCA fechando outubro em 0,09%, o menor índice para o mês desde 1998, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, o índice havia registrado 0,48%, e em outubro de 2024, a variação foi de 0,56%.
Com esse desempenho, a inflação acumulada em 12 meses agora é de 4,68%, atingindo pela primeira vez em oito meses um patamar abaixo de 5%, embora ainda acima do teto da meta do CMN.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic, atualmente fixada em 15% ao ano. A manutenção da taxa nas últimas reuniões foi uma resposta à desaceleração da economia e à queda da inflação. O BC não descarta a possibilidade de aumentar a Selic novamente, se necessário.
Em nota, o Banco Central ressaltou a incerteza do ambiente econômico global, especialmente devido à situação nos Estados Unidos, que afeta as condições financeiras no mundo todo. Apesar da desaceleração da atividade econômica no Brasil, a inflação ainda está acima da meta, indicando que os juros permanecerão elevados por um período prolongado.
As projeções para a Selic indicam que ela deverá permanecer em 15% ao ano até o final de 2025, com uma expectativa de queda para 12,25% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
O boletim Focus também apresenta uma estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2,16% para este ano. Para 2026, a projeção é de 1,78%, e para 2027 e 2028, as expectativas são de 1,88% e 2%, respectivamente. O crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano foi impulsionado pela expansão dos setores de serviços e indústria, com uma alta de 0,4%. O resultado de 2024 foi de 3,4%, representando a maior expansão desde 2021.
A previsão para o dólar é de que a moeda norte-americana atinja R$ 5,40 ao final deste ano e R$ 5,50 ao fim de 2026.