Em um evento realizado neste sábado (8), a Neoenergia apresentou uma nova usina de energia solar em Fernando de Noronha, composta por 30 mil painéis fotovoltaicos. O projeto tem como meta a descarbonização completa da geração de energia na ilha até 2027.

A usina será integrada a sistemas de armazenamento por baterias e é resultado de uma parceria com os governos federal e de Pernambuco, que disponibilizaram terrenos da Aeronáutica e da administração estadual para a instalação. O investimento total de R$ 350 milhões é exclusivamente da Neoenergia, com o objetivo de eliminar completamente a emissão de CO2 na região.

Atualmente, as usinas solares Noronha 1 e 2 respondem por apenas 10% do consumo de energia elétrica do arquipélago. O lançamento da Usina Solar Noronha Verde acontece pouco antes da COP30, conferência das Nações Unidas sobre Clima, que terá início em Belém na próxima segunda-feira (10).

A cerimônia contou com a presença da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que destacou a importância da transição energética. "O Brasil inicia o processo de desligamento de uma usina que consome 8,6 milhões de litros de óleo diesel anualmente", afirmou Silveira.

Os painéis solares ocuparão 1,5% da área da ilha principal e a implementação ocorrerá em duas fases: a primeira, que representa 16% do total, deve entrar em funcionamento até maio de 2026, enquanto a segunda fase está prevista para o primeiro semestre de 2027, completando 100% da operação.

Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, ressaltou que o sistema fotovoltaico atenderá à demanda instantânea de energia da ilha e contribuirá para o armazenamento noturno. "Este projeto é pioneiro e tornará Fernando de Noronha a primeira ilha habitada da América Latina a operar com energia totalmente limpa", afirmou.

A nova usina terá capacidade de geração de 22 MWp e um sistema de baterias de 49 MWh, suficiente para atender cerca de 9.000 residências. O projeto, segundo Capelastegui, representa um modelo de desenvolvimento sustentável que respeita o meio ambiente e projeta o Brasil como líder em energia limpa.

Atualmente, a maior parte da energia em Fernando de Noronha é gerada pela Usina Tubarão, que utiliza diesel. Em 2024, essa usina deverá emitir 22 mil toneladas de CO2. O novo modelo busca reduzir essa dependência e diminuir o custo médio da conta de energia.

Adicionalmente, a Neoenergia inaugurou em setembro a primeira usina solar fotovoltaica flutuante do arquipélago, que, com um investimento de R$ 10 milhões, pode suprir cerca de 30% do consumo de energia da Companhia Pernambucana de Saneamento na ilha.

Em setembro, o Ministério de Minas e Energia anunciou a renovação do contrato de concessão da Neoenergia por mais 30 anos, até 2060, para a distribuição de energia elétrica em Pernambuco.