segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Bolsonaristas criticam Derrite e destacam Mello Araújo na corrida pelo Senado

Disputa pelo cargo em 2026 se intensifica após polêmica sobre projeto de lei contra facções criminosas.

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Bolsonaristas criticam Derrite e destacam Mello Araújo na corrida pelo Senado
Foto: Divulgação

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SÃO PAULO, SP - A atuação de Guilherme Derrite (PP-SP) como relator de um projeto de lei destinado a combater facções criminosas gerou descontentamento entre os bolsonaristas, que veem isso como uma oportunidade para fortalecer a candidatura de outro nome do grupo, o vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), na disputa pelo Senado em 2026.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que Derrite falhou ao não buscar consenso sobre a viabilidade jurídica de sua proposta antes de torná-la pública, o que resultou em críticas e um recuo em sua posição.

Historicamente, o aumento das penas para criminosos e a ampliação das garantias legais para as forças de segurança são pautas centrais da direita. Havia a expectativa de que Derrite utilizasse o projeto como uma plataforma eleitoral para a sua candidatura ao Senado, especialmente após a repercussão positiva da operação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que culminou em 28 de outubro com 121 mortes.

Um bolsonarista, que preferiu não se identificar, revelou que Derrite foi aconselhado, no dia 7 de outubro, a consultar especialistas próximos ao grupo para validar o texto, incluindo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, conhecido pelo combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital). No entanto, o secretário rejeitou essa sugestão, enfatizando sua experiência de mais de 20 anos no enfrentamento ao crime organizado.

Durante discurso na Câmara na última quarta-feira (12), Derrite defendeu seu projeto e disparou críticas aos opositores: "Sabe por que o governo federal e alguns políticos estão dizendo isso? Porque eles não conseguem debater o texto comigo". O relator se emocionou ao homenagear familiares de policiais que perderam a vida na operação do Rio.

Além disso, bolsonaristas também manifestaram descontentamento em relação ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), alegando falta de articulação com parlamentares e ausência de apoio público ao auxílio após o início das críticas. O Palácio dos Bandeirantes, no entanto, refutou essa visão, afirmando que a aprovação do projeto está sendo negociada com apoio de diversas pessoas e que o foco é elaborar um texto que atenda ao interesse nacional.

No início do ano, a estratégia da centro-direita era eleger tanto Derrite quanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Senado em 2026, visando aumentar a presença bolsonarista na Casa, responsável por analisar solicitações de impeachment de ministros do STF. Para isso, Derrite deixou o PL, partido pelo qual foi eleito em 2022, e se transferiu para o PP, permitindo que cada partido apresentasse um candidato.

No entanto, com Eduardo atualmente nos Estados Unidos e sua candidatura vista como improvável, o nome de Mello Araújo começa a ganhar destaque entre os aliados de Bolsonaro. Em declarações anteriores, Mello Araújo negou envolvimento nas articulações, mas se mostrou aberto a concorrer caso Bolsonaro assim determinasse. Nesta quarta-feira, ele reiterou seu apoio a Eduardo: "Espero que o Brasil volte ao rumo. Um país democrático precisa de Bolsonaro nas eleições e Eduardo no Senado. O que fazem com eles hoje, farão com os outros amanhã", afirmou, sem fornecer mais detalhes.

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