Lula ressalta a importância da cooperação sul-americana no combate ao crime organizado
Durante a Cúpula do Mercosul, presidente propõe ações conjuntas para enfrentar desafios de segurança na região.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, neste sábado (20), em Foz do Iguaçu, que a luta contra o crime organizado deve ser uma das prioridades do Mercosul, que inclui Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Segundo ele, as diferenças políticas entre os governos não devem interferir nessa missão.
Lula apontou que um dos fatores que favorecem a criminalidade é o enfraquecimento das instituições democráticas e mencionou diversas iniciativas que estão sendo implementadas entre os países da América do Sul.
“A segurança pública é um direito do cidadão e uma obrigação do Estado, independentemente da ideologia. O Mercosul está disposto a enfrentar as redes criminosas de maneira conjunta. Criamos há mais de dez anos uma instância de autoridades dedicadas a políticas contra as drogas e, neste semestre, firmamos um acordo contra o tráfico de pessoas”, afirmou.
Ele também pediu regulação dos ambientes digitais para ajudar no combate ao crime, anunciando uma reunião internacional com ministros de segurança para discutir o tema. “Concordamos que a internet não é um território sem lei e precisamos adotar medidas para proteger crianças e adolescentes, além de dados pessoais”, acrescentou.
Além disso, o presidente abordou questões relacionadas à violência de gênero, um desafio significativo não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. “A região é a mais letal do mundo para as mulheres. Enviei ao Congresso Nacional um acordo que proporciona proteção a mulheres beneficiadas por medidas protetivas em outros países do bloco”, disse.
Outro ponto importante de sua fala foi o risco de um conflito militar na América do Sul, especialmente devido à possibilidade de intervenção dos Estados Unidos na Venezuela. Lula alertou sobre as consequências de uma ação militar, afirmando que isso poderia resultar em uma catástrofe humanitária.
“A democracia brasileira resistiu a um dos mais graves ataques desde o fim da ditadura. Os responsáveis pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 foram responsabilizados de acordo com o devido processo legal”, finalizou.
Essa notícia foi escrita com informações da Agência Brasil.