(FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou a uma agente que tentou abrir sua tornozeleira eletrônica utilizando um "ferro quente". A confissão foi registrada em vídeo e em um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.

A tentativa de danificar o dispositivo foi um dos motivos citados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao determinar a prisão do ex-presidente.

No último sábado (22), Moraes solicitou que a defesa de Bolsonaro explique o motivo dessa tentativa de avaria. "O equipamento apresentava sinais evidentes de dano, com marcas de queimadura em toda a circunferência, especialmente na área de fechamento do case. Durante a análise, o monitorado foi questionado sobre o objeto que utilizou", diz o documento da Seape, assinado por Rita Gaio, diretora adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica.

Inicialmente, informou-se que Bolsonaro havia batido a tornozeleira na escada, mas após a chegada da servidora da secretaria, constatou-se que "a tornozeleira não mostrava indícios de choque em escada".

Em um vídeo, a servidora pergunta a Bolsonaro sobre o horário em que começou a tentar violar a tornozeleira, ao que ele respondeu que foi no final da tarde. Considerado um aliado do bolsonarismo, Trump impôs uma sobretaxa sobre produtos brasileiros no final de julho, mencionando Bolsonaro e alegando que ele está sendo perseguido por Alexandre de Moraes. O risco de fuga foi um dos argumentos usados por Moraes para decretar a prisão preventiva do ex-presidente.