A Câmara dos Deputados continua sem uma posição clara sobre o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que é considerado foragido nos Estados Unidos após ser condenado a 16 anos de prisão por sua participação em uma tentativa de golpe. Esse caso se soma à situação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), ambos enfrentando complicações legais, mas mantendo seus mandatos.

Eduardo Bolsonaro se encontra nos EUA desde março, e suas ausências nas sessões da Câmara desde então resultaram em um custo superior a R$ 1 milhão aos cofres públicos para a manutenção de seus assessores. A Câmara registrou apenas 13 presenças dele em plenário neste ano, enquanto ele não justificou 50 faltas. Embora tenha recebido R$ 17 mil em julho, sua remuneração está bloqueada por decisão do STF, e ele ainda deve R$ 13.941 em razão das faltas.

A situação de Carla Zambelli é igualmente complexa, já que ela está presa na Itália e seu afastamento do cargo não foi formalmente acatado pela Câmara, que posterga a análise de sua perda de mandato. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mantém a situação indefinida, enquanto o Conselho de Ética evita tomar medidas sobre os casos.

Em relação a Ramagem, o Supremo Tribunal Federal (STF) já determinou a perda de seu mandato, mas Motta ainda avalia como proceder. Há incertezas entre os parlamentares sobre se o plenário irá ratificar essa decisão. Ramagem está com um mandado de prisão em aberto e teria se mudado para Miami, onde continua a atuar como deputado à distância.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, mencionou a possibilidade de solicitar a suspensão da ação penal contra Eduardo Bolsonaro. Contudo, a sigla ainda não formalizou esse pedido. A situação de Zambelli também está em análise na CCJ, com a expectativa de um parecer a ser apresentado em breve.