A Câmara dos Deputados anunciou nesta quinta-feira (20) que não recebeu qualquer notificação sobre a saída do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) do país.

A declaração surgiu após o site PlatôBR relatar que Ramagem foi avistado em Miami, nos Estados Unidos, onde foi gravado enquanto acessava um condomínio local.

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão Bolsonaro, Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão em uma ação relacionada à tentativa de golpe e atualmente recorre em liberdade.

De acordo com a investigação, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado que Ramagem não poderia deixar o país e que deveria entregar todos os passaportes, tanto nacionais quanto internacionais.

A presidência da Câmara, sob a responsabilidade do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que não houve comunicação sobre a viagem do parlamentar, nem autorização para qualquer missão oficial no exterior.

Além disso, a Casa informou que Ramagem apresentou atestados médicos que cobrem os períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.

Na quarta-feira, deputados da bancada do PSOL-RJ protocolaram um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a prisão imediata de Ramagem, alegando indícios de que ele teria fugido do Brasil. A solicitação foi feita pelos deputados Pastor Henrique Vieira, Glauber Braga, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Talíria Petrone.

Essa suposta fuga ocorre em um momento crítico, com o término da tramitação da ação relacionada ao golpe e o iminente cumprimento das penas dos réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Recentemente, a Primeira Turma da Corte negou os recursos apresentados pelos réus do Núcleo 1, obrigando as defesas a protocolarem nos próximos dias os últimos apelos para evitar o cumprimento imediato das penas.

A defesa de Ramagem optou por não comentar a situação.