segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Conflitos no PL e na família Bolsonaro ampliam tensões até 2026

Desavenças internas marcam apoio ao candidato Ciro Gomes e envolvem disputas em diversos estados.

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Conflitos no PL e na família Bolsonaro ampliam tensões até 2026
Foto: Divulgação

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(FOLHAPRESS) - As tensões na família Bolsonaro em relação ao apoio a Ciro Gomes (PSDB) no Ceará revelam um cenário de crises internas e disputas de poder no PL que se alastram por outros estados. O partido, sob a liderança dividida de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, enfrentou um aumento de conflitos após a prisão do ex-presidente, que cumpre pena em regime fechado desde o mês passado, após ser condenado em um processo relacionado a uma tentativa de golpe.

Com a falta de uma liderança unificada, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, os filhos do ex-presidente - Flávio, Eduardo e Carlos - e a ala do partido alinhada ao centrão competem por espaço e tentam influenciar a formação das candidaturas para 2026.

Nesta terça-feira (2), a cúpula do PL se reuniu em caráter emergencial para resolver desavenças e estabelecer um protocolo de decisões conjuntas. O encontro resultou na suspensão do apoio a Ciro Gomes e no início de um mapeamento de possíveis acordos feitos por Bolsonaro em outros estados, visando evitar novos conflitos públicos como o ocorrido entre a primeira-dama e os filhos no último domingo (30) e na segunda-feira (1º).

A crise familiar foi desencadeada após Michelle Bolsonaro criticar o apoio do PL à candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará. Ciro, que foi adversário de Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022, tem um histórico de críticas contundentes ao ex-presidente.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) respondeu às alegações da madrasta, afirmando que ela agiu de forma autoritária ao desconsiderar a posição do ex-presidente, que, segundo ele, havia dado sinal verde para a aproximação com Ciro. O senador também enfatizou a necessidade de união da família e pediu desculpas a Michelle.

A disputa pela candidatura ao Senado é um dos pontos centrais, com Michelle apoiando a vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PL), enquanto a ala local do partido defende Alcides Fernandes (PL), pai do deputado André Fernandes (PL-CE). O PL busca consolidar uma maioria para se opor ao Supremo Tribunal Federal e pretende eleger um novo presidente da Casa, além de avançar em pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Conflitos semelhantes estão ocorrendo em outros estados, como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco, onde há o risco de desintegração dentro do PL. Em Santa Catarina, por exemplo, Carlos Bolsonaro (PL) foi indicado para concorrer ao Senado, o que gerou atrito com a deputada federal Caroline de Toni (PL), que também deseja se candidatar. O apoio do governador Jorginho Mello (PL) à reeleição de Espiridião Amin (PP) pode complicar a situação, levando De Toni a considerar uma migração para o Novo.

Em Pernambuco, a candidatura do ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) foi escolhida por Bolsonaro, mas a prisão do ex-presidente complicou o cenário e acirrou as divisões internas. Anderson Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, também almeja uma vaga no Senado, em um estado onde o PL precisa se unir para ter chances de sucesso.

No Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro busca a reeleição, enquanto a segunda vaga é disputada pelo governador Cláudio