segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Críticas de senadores bolsonaristas miram Gonet em sabatina no Senado

Procurador-geral da República enfrenta questionamentos sobre sua postura frente ao ex-presidente e ao STF

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Críticas de senadores bolsonaristas miram Gonet em sabatina no Senado
Foto: Divulgação

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BRASÍLIA, DF - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi alvo de severas críticas durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, realizada nesta quarta-feira (12). O evento faz parte do processo de recondução do procurador ao cargo, onde senadores decidirão se recomendam sua aprovação ao plenário.

Os primeiros a questionar Gonet foram os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Seif criticou a situação de Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar, sem acesso às redes sociais ou a visitas sem autorização judicial. "Bandido pode dar entrevista em cadeia, mas Bolsonaro não pode nem falar com os filhos. São coisas que a gente não entende no Estado democrático de Direito", afirmou Seif.

O senador também questionou a relação entre as manifestações da PGR e as decisões do ministro do STF, Alexandre de Moraes, indagando sobre a independência da PGR. "Há alto grau de convergência entre as manifestações da PGR e as decisões do ministro Alexandre de Moraes. Quais mecanismos internos asseguram a independência da PGR e evitam a influência indevida do Supremo Tribunal Federal?", questionou.

Flávio Bolsonaro expressou sua insatisfação com a recondução de Gonet, afirmando que o procurador "aceitou passivamente o Ministério Público Federal ser esculhambado" e sugerindo que ele parece "cumprir ordens" de Moraes. "Os membros do Ministério Público Federal devem ter vergonha do senhor hoje. Muita vergonha", criticou Flávio.

Em resposta, Gonet defendeu que sua atuação na PGR é técnica e não política, reiterando seu respeito por todos os envolvidos em ações criminais. Ele destacou que, em casos relacionados a Bolsonaro, ele chegou a solicitar arquivamentos, como no inquérito sobre fraudes em cartões de vacinação.

O procurador também apresentou uma mensagem de apoio do presidente da ANPR, José Schettino, para demonstrar que possui respaldo entre os procuradores. Gonet, que foi indicado pelo presidente Lula em 2023, ressaltou que não pretende interferir em outros Poderes e defendeu sua abordagem em relação à trama golpista, afirmando que a PGR atua com base no "direito civilizado".