segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Política

Diretor da PF afirma que investigações não consideram 'estatura política'

Política2 min de leitura
Diretor da PF afirma que investigações não consideram 'estatura política'
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, declarou nesta segunda-feira (15) que a instituição não leva em conta a "estatura política" de indivíduos ao investigar desvios relacionados a emendas parlamentares. Ele assegurou que todos os aspectos da Operação Transparência serão examinados.

Rodrigues enfatizou: "Vamos com serenidade, seriedade e responsabilidade apurar todos os elos desse processo, a participação de quem quer que seja. Não estamos olhando para a estatura política, econômica, cultural, social".

O diretor fez essas declarações durante um café da manhã com jornalistas na sede da PF em Brasília, onde apresentou um balanço das atividades do ano. Ele foi questionado sobre a operação deflagrada na última sexta (12) para apurar irregularidades no chamado "orçamento secreto", que envolve emendas sem identificação do autor ou beneficiário, propiciando a possibilidade de fraudes.

A operação tem como alvo principal Mariângela Fialek, conhecida como "Tuca", que atuou como assessora próxima do deputado Arthur Lira (PP-AL) durante sua presidência na Câmara, quando houve um aumento no uso de emendas de relator (RP9) e outras.

Rodrigues afirmou que a PF está investigando todas as etapas do processo: "se houve comprometimento na ponta, se houve intermediário, se houve parlamentar ou não. Investigamos com seriedade e serenidade". Ele destacou que Lira ainda não é considerado investigado.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a PF a realizar buscas na Câmara dos Deputados e na residência de Fialek, indicando que ela tinha uma atuação sistemática na liberação do orçamento secreto.

Em sua conversa com a imprensa, Rodrigues garantiu que a PF não cederá a pressões políticas e criticou a "fulanização" das investigações sobre emendas. Ele também comentou sobre a incoerência de legisladores que se opõem ao crime organizado, mas não apoiam propostas importantes no Congresso: "Precisamos que o enfrentamento seja responsabilidade de todos".

Rodrigues negou que as investigações representem uma "caça às bruxas" e ressaltou a legitimidade das emendas parlamentares, que devem ser utilizadas conforme a legalidade. Ele não revelou quantas apurações estão em andamento relacionadas a emendas e mencionou que várias investigações sob sigilo estão em curso no Supremo.