segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Divisão abala aliança entre Hugo Motta e centrão na Paraíba

Prefeito de João Pessoa se filia ao MDB e se prepara para concorrer ao governo do estado em 2026

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Divisão abala aliança entre Hugo Motta e centrão na Paraíba
Foto: Divulgação

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RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - A aliança política do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrenta uma crise após o anúncio do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, sobre sua filiação ao MDB. Com essa mudança, Cícero se prepara para lançar sua candidatura ao Governo da Paraíba em 2026, desafiando o atual vice-governador, Lucas Ribeiro (PP), que é sobrinho do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, uma das figuras centrais do centrão no Congresso.

A decisão do prefeito de João Pessoa desestabiliza a unidade defendida por Motta e outros membros da base aliada do governador João Azevêdo (PSB), que deve deixar o cargo em abril para concorrer ao Senado. A chapa inicial previa o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos) - pai de Hugo Motta - como candidato ao Senado ao lado de Azevêdo.

Até o ano passado, a intenção era que Motta disputasse a vaga no Senado, mas sua ascensão à presidência da Câmara o levou a optar pela reeleição. Nos bastidores, aliados de Motta reconhecem que Nabor enfrentará uma competição acirrada. O governador é considerado o favorito para uma das vagas, enquanto a outra está em disputa entre o atual senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL).

Veneziano, que possui forte apoio do presidente Lula (PT), terá que superar um histórico de quase 30 anos sem reeleições para senadores na Paraíba. Ele enfrenta dificuldades em construir um palanque próprio, já que é oposição ao atual governador e distante do bolsonarismo. A filiação de Cícero ao MDB deve fortalecer sua candidatura, com o apoio esperado de Lula.

Cícero, reeleito em 2024, decidiu deixar o PP, que mantém Lucas Ribeiro como pré-candidato ao governo. A articulação irritou Aguinaldo Ribeiro, que se sentiu traído pelo prefeito, lembrando que o apoiou em 2020.

Enquanto Veneziano articula ações com prefeitos paraibanos junto ao governo federal, Nabor confia na influência política de seu filho para garantir sucesso nas urnas. Queiroga busca o apoio do eleitorado bolsonarista, alfinetando Veneziano e Nabor por serem considerados candidatos da verba, enquanto se posiciona como o candidato das ideias.

O PL deve apoiar Efraim Filho (União Brasil) como candidato ao governo, com uma aproximação que conta com o respaldo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A expectativa é que a divisão no campo governista beneficie Efraim na corrida eleitoral.

Os opositores também visam o PSD, liderado por Pedro Cunha Lima, que pode ser o vice na chapa de Cícero. Pedro, que apoiará Veneziano ao Senado, destaca a importância de um debate focado na educação e na agenda política.

Com o apoio do PSD, Cícero contaria com as máquinas públicas de João Pessoa e Campina Grande. Já Lucas Ribeiro possui a estrutura do governo estadual para fortalecer sua candidatura.

Ambos os candidatos disputam também o apoio do PT, que pode ocupar a vaga de vice em uma das chapas, visando ampliar sua representação na Câmara dos Deputados nas próximas