Flávio Bolsonaro é o menos competitivo contra Lula entre candidatos da direita
Pesquisa mostra rejeição maior da família Bolsonaro em comparação a governadores do mesmo espectro político

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou o pior desempenho entre os nomes da direita em uma pesquisa do Datafolha para uma eventual disputa de segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o levantamento divulgado ontem, a rejeição aos membros da família Bolsonaro é significativamente mais alta do que a dos governadores de direita, que gira em torno de 20%, enquanto a dos Bolsonaros supera os 35%.
Flávio, que anunciou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, ficaria 15 pontos percentuais atrás de Lula em um segundo turno, com 36% dos votos contra 51% do petista. Os votos nulos e brancos representariam 12%. A pesquisa indica que 38% dos entrevistados rejeitam Flávio.
O desempenho do senador é semelhante ao de outros integrantes da família. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria 35% das intenções de voto e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) 39%. A rejeição a Eduardo é de 37%, enquanto Michelle tem 35%, ambos dentro da margem de erro.
A pesquisa também revela que a rejeição a Lula é de 44% e que Jair Bolsonaro, devido à sua inelegibilidade, teria 45% de reprovação se pudesse concorrer.
No que diz respeito ao potencial de votação, Lula apresenta uma vantagem considerável sobre os candidatos da família Bolsonaro. Contudo, a disputa no segundo turno seria mais acirrada contra os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em simulações, Lula venceria Tarcísio por 47% a 42% e Ratinho Jr. por 47% a 41%. As taxas de rejeição para Tarcísio e Ratinho são de 20% e 21%, respectivamente.
O Datafolha entrevistou 2.002 eleitores entre terça e quinta-feira, antes do anúncio da pré-candidatura de Flávio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, comentou sobre a situação da direita, afirmando que estão "sem bússola" desde a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e que a divisão favorece o PT. Ele destacou a importância de estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais para a eleição de 2026, com alianças já sendo formadas no Rio e incertezas em SP e MG.