Hugo Motta defende servidora da Câmara investigada pela PF e critica falta de indícios de desvios
Mariângela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira, é alvo de operações policiais na apuração do 'orçamento secreto'

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou apoio à servidora Mariângela Fialek, alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na última sexta-feira (12). Conhecida como 'Tuca', Fialek trabalhou na gestão do ex-presidente da Casa, Arthur Lira.
Em comunicado divulgado na noite de ontem, Motta descreveu Fialek como uma 'técnica competente, responsável e comprometida com a boa gestão da coisa pública'.
Ainda em sua defesa, o presidente ressaltou que a servidora teve um papel crucial no 'aperfeiçoamento dos sistemas de rastreabilidade de propostas, indicações e execução de emendas parlamentares'.
Investigações sobre o 'orçamento secreto'
As investigações revelam que Fialek tinha a função de encaminhar ordens para comissões e autorizar a liberação de emendas do polêmico 'orçamento secreto', que permite a destinação de recursos públicos sem identificação do responsável pela indicação.
As buscas foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, Motta afirmou que, na análise da decisão do ministro, não encontrou 'nenhum ato de desvio de verbas públicas'.
Ele enfatizou que eventuais desvios devem ser investigados adequadamente, ressaltando a importância de distinguir entre a mera indicação de emendas e a execução efetiva dos recursos pelos destinatários.
“A aplicação correta dos recursos públicos e das transferências governamentais deve ser monitorada de perto pelos órgãos de controle”, destacou Motta.
Detalhes da investigação
As apurações sobre a servidora tiveram início com depoimentos de seis parlamentares e uma servidora da Câmara. Os relatos indicam que Fialek encaminhava ofícios da Presidência da Câmara para a liberação de emendas, especialmente direcionadas ao estado de Alagoas.
Atualmente, Fialek ocupa um cargo no gabinete da presidência do PP na Câmara e já teve seu sigilo telemático quebrado. A PF justificou a necessidade de buscas após não encontrar mensagens salvas, apesar de haver indícios de atividades criminosas.
Dino autorizou as operações em razão da 'possibilidade concreta' de que a servidora tenha tentado impedir o backup de dados sensíveis em nuvem, optando por manter informações em meios físicos.
O ministro observou que as evidências sugerem uma 'atuação contínua, sistemática e estruturada' na manipulação do orçamento secreto.
Suspeitas de manipulação de emendas
Flávio Dino também mencionou que há indícios de 'redirecionamento forçado' de recursos de emendas por parte de Lira. Um relatório parcial da PF revela que Fialek ocupou cargos-chave desde 2020, sempre por indicação de Lira, permitindo-lhe influenciar a destinação de emendas.
Os investigadores encontraram uma anotação à mão que coincidia com o redirecionamento de emendas, ressaltando a falta de formalidade na gestão do Orçamento da União. 'Uma simples anotação foi responsável pela realocação de recursos de um município para outro, comparável a uma '