segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Política

Hugo Motta defende servidora investigada pela PF e critica relator

Política2 min de leitura
Hugo Motta defende servidora investigada pela PF e critica relator
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou seu apoio à servidora Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”, que foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na última sexta-feira (12). Tuca, que já trabalhou com o ex-presidente da Casa, Arthur Lira, foi elogiada por Motta, que a considera uma profissional competente e dedicada à gestão pública.

Em nota divulgada na noite de ontem, Motta afirmou: “A servidora Mariângela Fialek é uma técnica competente, responsável e comprometida com a boa gestão da coisa pública.”

O presidente da Câmara ressaltou ainda que a servidora desempenhou um papel importante na melhoria dos sistemas relacionados à proposição, indicação e execução de emendas parlamentares.

As investigações em curso indicam que a ex-assessora de Lira tinha a função de enviar ordens para comissões e liberar emendas do chamado “orçamento secreto”, que se refere à destinação de verbas públicas sem identificação dos responsáveis.

As ações da PF foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Motta, contudo, declarou que não encontrou na decisão do ministro qualquer indício de desvio de verbas públicas, embora reconheça a necessidade de apuração de possíveis irregularidades. Ele enfatizou que é crucial diferenciar a indicação de emendas da execução dos recursos pelos destinatários finais.

“A correta execução dos recursos públicos e transferências governamentais deve ser rigorosamente acompanhada pelos órgãos de controle”, completou Motta.

A investigação teve início com depoimentos de seis parlamentares e uma servidora da Câmara, que relataram que Tuca enviava ofícios da Presidência da Câmara para a liberação de emendas, especialmente para Alagoas.

A ex-assessora, atualmente no gabinete da presidência do PP na Câmara, já teve seu sigilo telemático quebrado, mas a PF encontrou a necessidade de realizar buscas devido à falta de mensagens salvas em dispositivos digitais, apesar de haver indícios de práticas ilícitas.

Dino autorizou as buscas ao notar a possibilidade de que a servidora estivesse tentando ocultar dados sensíveis. O ministro também destacou que as evidências sugerem uma atuação estruturada em relação ao orçamento secreto.

O ministro Flávio Dino é relator de uma ação no Supremo que proíbe as práticas do orçamento secreto, exigindo maior transparência na destinação de recursos públicos. As declarações de Dino levantaram suspeitas sobre um “redirecionamento forçado” de emendas por Lira.

Em um relatório parcial, a PF indicou que Tuca ocupou cargos estratégicos desde 2020 por indicações de Lira, possibilitando manipulações nas emendas. Investigadores observaram que uma anotação rudimentar foi utilizada para realocar recursos entre municípios, o que gerou comparações à falta de formalidade na gestão do orçamento secreto.