
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira (18), que está em pauta uma reestruturação dos Correios, que enfrenta problemas financeiros. O presidente descartou a possibilidade de privatização da empresa e afirmou que estão sendo analisadas propostas para tornar a estatal "eficaz, totalmente de pé e produtiva para o país".
“Enquanto eu for presidente, não haverá privatização”, enfatizou Lula durante uma entrevista à imprensa no Palácio do Planalto.
O presidente também comentou sobre a possibilidade de parcerias, mencionando o interesse de empresas italianas e brasileiras em dialogar com os Correios. “Pode haver parceria, até mesmo transformar a empresa em uma sociedade de economia mista, mas a privatização está descartada”, reiterou.
Lula atribuiu os problemas da estatal a uma “gestão equivocada” no passado e destacou a necessidade de tomar medidas para corrigir a situação, incluindo mudanças nos cargos de gestão. Em setembro, o governo já havia promovido uma mudança na presidência dos Correios, com a nomeação de Emmanoel Rondon, que identificou a concorrência no comércio eletrônico como um dos fatores que contribuíram para as contas negativas.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, acrescentou que a situação da estatal foi agravada por governos anteriores que incluíram a empresa em listas de possíveis privatizações, o que inibiu investimentos necessários em sua reestruturação.
Rondon apresentou recentemente as primeiras ações do plano de reestruturação financeira e operacional, que inclui a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com instituições financeiras. O governo também está avaliando a concessão de garantias para esses empréstimos, com valores que devem ficar abaixo dos R$ 6 bilhões inicialmente propostos.
Lula ressaltou que o Brasil não pode manter uma empresa pública operando no vermelho, afirmando que “uma empresa pública não precisa ser a rainha do lucro, mas não pode ser a rainha do prejuízo. Ela deve se equilibrar”.
Em resposta à crise nos Correios, o governo federal criou um mecanismo que permite que empresas estatais federais em dificuldades possam reorganizar suas contas sem a imediata classificação como dependentes do Tesouro Nacional. Na semana passada, um decreto foi publicado alterando normas sobre o processo de transição entre empresas estatais dependentes e não dependentes.
Lula participou de um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, acompanhado de ministros como Fernando Haddad, Rui Costa, Mauro Vieira e Marina Silva.
Fonte: Agência Brasil