O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que em conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfatizou que dialogar é uma alternativa menos dolorosa do que entrar em conflito. A declaração ocorreu em um contexto em que o governo americano realiza operações militares voltadas ao combate ao narcotráfico na Venezuela.

Durante a abertura de uma reunião ministerial, Lula afirmou: ‘Falei para o Trump: fica mais barato conversar e menos sofrível do que guerra’. Ele defendeu a ideia de que acreditar no poder da palavra e do argumento pode evitar muitos problemas nas relações entre os países.

Recentemente, o governo Trump intensificou sua presença militar na área, enviando navios e uma frota ao redor da Venezuela. Na terça-feira (16), uma nova determinação do governo americano estabeleceu um bloqueio total a petroleiros sob sanção ao redor do país sul-americano, que, segundo Lula, está ‘completamente cercado’ pelas Forças Armadas dos EUA.

A reação do governo de Nicolás Maduro foi de condenação, caracterizando as ações dos EUA como ‘irracionais’ e uma ‘ameaça grotesca’. A definição dos petroleiros sancionados é ambígua, mas a medida pode restringir a movimentação de quase todos os cargueiros de petróleo que não estão associados à Chevron, uma empresa americana que continua a operar na Venezuela com a aprovação de Washington, como parte de uma estratégia para controlar os preços da gasolina nos EUA.

As declarações de Lula foram feitas durante o último encontro do ano com seus ministros, um momento em que são discutidos os resultados e cobranças do governo. Lula também mencionou conversas com Trump sobre questões bilaterais e internacionais, ressaltando que solicitou cooperação no combate ao narcotráfico, embora sem referências explícitas à Venezuela. Na mesma semana, Lula conversou com Maduro a respeito da escalada militar dos EUA na região.