Polícia Federal Investiga Cota Parlamentar de Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy
Ação busca esclarecer possíveis desvios de verbas na cota parlamentar dos deputados do PL.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira, 19, uma operação para investigar possíveis irregularidades na cota parlamentar de dois deputados federais do Partido Liberal (PL): Sóstenes Cavalcante, líder da sigla na Câmara, e Carlos Jordy, ambos do Rio de Janeiro.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Jordy afirmou que desde o início de seu mandato, fez pagamentos a uma locadora de veículos investigada. Ele mencionou que Sóstenes também utilizava os serviços da mesma empresa, assim como outros parlamentares. "Essa operação é mais do que uma tentativa de nos intimidar; é uma pesca probatória. Não me deixarei abalar por isso", declarou. Até o momento, Sóstenes não se pronunciou sobre a investigação.
A PF revelou que agentes públicos, servidores comissionados e particulares podem ter colaborado para desviar e ocultar verbas públicas. De acordo com as investigações, os recursos estavam sendo desviados por meio de pagamentos a uma locadora de veículos, que, segundo a PF, funcionava como fachada para a devolução de dinheiro da cota parlamentar. Durante a operação, foram apreendidos R$ 430 mil em um dos endereços de Sóstenes em Brasília.
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), em vigor desde 2009, unificou diferentes tipos de verbas disponíveis para os parlamentares, como a cota de passagens e a cota postal-telefônica. O valor mensal deve ser utilizado para cobrir despesas relacionadas ao mandato, como aluguel de escritório, passagens aéreas e locação de veículos.
No que diz respeito ao aluguel de veículos, há um limite mensal de R$ 12.713. O saldo não utilizado em um mês pode ser utilizado nos meses seguintes, mas não pode ser transferido para o ano seguinte. O valor da cota varia conforme o estado do parlamentar, sendo que deputados do Rio de Janeiro, como Sóstenes e Jordy, têm direito a até R$ 41.553,77 por mês, enquanto Roraima possui a cota mais alta, de até R$ 51.406,33.
A PF também informou que um assessor de Sóstenes movimentou R$ 11 milhões em transações financeiras, com grande parte sem identificação de origem ou destino. Por outro lado, um assessor de Jordy movimentou R$ 5,9 milhões, valores que a PF considera incompatíveis com sua situação econômica.