Rejeição a Gonet para PGR é a maior desde 1989
Senado aprova recondução do procurador-geral com o menor apoio em décadas

Na última quarta-feira, 12, o Senado Federal aprovou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. A votação resultou em 45 votos a favor e 26 contra, marcando a maior rejeição a um indicado para a PGR desde 1989, início da redemocratização. Em 2023, Gonet havia obtido um apoio considerável, com 65 votos favoráveis e apenas 11 contrários.
O recorde anterior de rejeição pertencia a Geraldo Brindeiro, que durante sua recondução em 2001 recebeu 18 votos contrários e 55 a favor, e também enfrentou resistência em 1999. O segundo caso mais significativo foi a recondução de Rodrigo Janot em 2015, que obteve 59 votos favoráveis e 12 contrários.
A queda no apoio a Gonet é reflexo do recente julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, onde senadores da oposição acusaram a Procuradoria-Geral da República de agir "em conluio" com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Gonet destacou as investigações da PGR sobre ataques ao Estado democrático, fraudes no INSS, crime organizado e tráfico de pessoas. No entanto, sua postura em relação a temas como a anistia a condenados pelo 8 de Janeiro e pedidos de impeachment de ministros do STF gerou questionamentos entre os parlamentares da oposição.
Gonet afirmou que a decisão sobre a anistia cabe ao Congresso, ressaltando que existem polêmicas do ponto de vista jurídico, mas não detalhou quais seriam essas questões.