segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
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Relator da CPI alerta que equiparar facções a terrorismo compromete investigações

Alessandro Vieira destaca que mudança pode transferir processos para a Justiça Federal, dificultando o avanço das apurações.

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Relator da CPI alerta que equiparar facções a terrorismo compromete investigações
Foto: Divulgação

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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), expressou preocupação com a proposta de equiparar facções criminosas a organizações terroristas. Em entrevista à Agência Brasil, nesta sexta-feira (7), ele afirmou que essa mudança pode prejudicar as investigações em andamento, já que o combate ao terrorismo é de competência federal.

Vieira, que é delegado da Polícia Civil há 20 anos, destacou que a simples transformação de facções em terrorismo resultaria na migração dos processos da Justiça estadual para a federal, o que, segundo ele, "significa matar as investigações" e desperdiçar o conhecimento acumulado por profissionais experientes no combate ao crime.

Embora defenda a possibilidade de equiparação em termos de penas, Vieira ressalta que isso deve ser feito com cautela, para não comprometer o trabalho já realizado. Ele também comentou sobre o papel das Forças Armadas no combate ao crime, sugerindo que sua atuação deve se restringir ao controle de fronteiras e criticou a eficácia das operações urbanas, que, segundo ele, têm gerado resultados temporários.

O senador rejeitou a ideia de convocar líderes de facções para depor na CPI, afirmando que isso poderia fortalecer o crime. Ele enfatizou que a CPI deve trazer um diagnóstico claro sobre os erros da política de segurança no Brasil e apontar soluções eficazes, além de discutir como financiar adequadamente a segurança pública.

Vieira também abordou a necessidade de combater a infiltração do crime organizado na economia formal, especialmente no setor de combustíveis, e a importância de desarticular a lavagem de dinheiro associada a essas práticas criminosas.