segunda-feira, 22 de dezembro de 2025
Ao vivo
Política

Renúncia de Carla Zambelli é vista como manobra para evitar perda de direitos políticos

Movimentos de esquerda criticam a decisão da deputada após condenações e prisão.

Política2 min de leitura
Renúncia de Carla Zambelli é vista como manobra para evitar perda de direitos políticos
Foto: Divulgação

Publicidade

Anuncie aqui

A renúncia da deputada Carla Zambelli (PL-SP), anunciada no último domingo (14), foi interpretada por lideranças da esquerda como uma estratégia para não perder seus direitos políticos, mesmo diante de condenações e prisão. Durante um ato em São Paulo, parlamentares e ministros do governo Lula (PT) lembraram que o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia determinado a cassação de Zambelli, após a Câmara dos Deputados decidir mantê-la no cargo na madrugada de quinta-feira (11).

O deputado Jilmar Tatto (PT) comentou que 'ela seria cassada de qualquer forma', sugerindo que a renúncia pode ser uma tática para evitar a inelegibilidade. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL) declarou que a saída de Zambelli representa 'uma golpista a menos no caminho', enquanto o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) afirmou que a decisão pode ser uma tentativa de evitar a perda de seus direitos políticos.

Segundo a Folha de S.Paulo, a renúncia foi resultado de negociações entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliados, a família de Zambelli e seus advogados. Essa decisão busca desobstruir a crise entre a Câmara e o STF, além de proteger Motta de possíveis desgastes com governistas e o PL, partido de Zambelli, que possui a maior bancada na Câmara, com 85 parlamentares.

A deputada Érika Hilton (PSOL) ironizou a situação, afirmando que Zambelli deveria ter agido com mais dignidade. O ministro Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) exigiu a extradição de Zambelli, que está presa na Itália desde julho. Boulos enfatizou que o foco deve ser a extradição para que ela cumpra a pena no Brasil.

Em maio, Zambelli foi condenada à perda de mandato e a dez anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em agosto, foi condenada a cinco anos e três meses de prisão por ameaçar um homem com uma arma durante as eleições de 2022. O STF determinou que a pena deve ser cumprida no Brasil, e a Justiça italiana deve analisar o pedido de extradição na próxima quinta-feira (18).