Suspeita de Direcionamento de Emendas Ganha Destaque em Decisão do STF
Ministro Flávio Dino autoriza busca e apreensão de documentos da assessora Mariângela Fialek, conhecida como Tuca.

BRASÍLIA, DF – A recente decisão do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), levantou suspeitas sobre a assessora Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, a qual é acusada de direcionar emendas parlamentares supostamente sob ordens do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Segundo a determinação de Dino, depoimentos de diversos parlamentares indicam que Tuca estaria diretamente envolvida na operacionalização do encaminhamento de emendas, mesmo após mudanças na presidência da Casa. “Essas circunstâncias demonstram indícios consistentes de que a assessora faz parte de uma estrutura organizada para o direcionamento irregular de emendas”, afirma a decisão.
A defesa de Tuca, que atualmente ocupa uma função técnica na liderança do PP, refutou as acusações, alegando que seu trabalho é apartidário e técnico. Até o fechamento desta matéria, Arthur Lira não havia se manifestado sobre a operação.
Para embasar a operação, intitulada Transparência, o ministro se apoiou em quebras de sigilo anteriores e em declarações de parlamentares, incluindo José Rocha (União Brasil-BA) e Glauber Braga (PSOL-RJ), entre outros. A Procuradoria-Geral da República também se posicionou a favor da ação, citando elementos que indicam a atuação ilícita de Tuca.
Uma das medidas solicitadas pela Polícia Federal foi a busca e apreensão no local de trabalho de Tuca, na Câmara, que foi autorizada por Dino, que justificou a ação como necessária para o avanço das investigações.
A assessora foi afastada de quaisquer atividades relacionadas a emendas parlamentares até a conclusão das apurações, que incluem investigações sobre peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção.
A defesa de Tuca reiterou que suas atividades são transparentes e que não há indícios de irregularidades. Eles destacaram que todo material de trabalho da assessora é público e que as informações sobre as emendas são encaminhadas à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República e publicadas no Portal da Transparência.
Além disso, a Polícia Federal já havia aberto um inquérito, por ordem de Dino, para investigar o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, fato que gerou críticas e novas medidas em busca de transparência nos processos de emendas.